segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Marcelo – a graça e a desgraça!


Marcelo Rebelo de Sousa conseguiu arrastar por 12 meses o estado de graça pós eleitoral. Apareceu em todo o lado, beijou meio mundo e falou, falou, falou! Na entrevista de ontem, assumiu-se como porta voz dos poderes políticos, uma espécie de presidente-sol que não é, com poderes que manifestamente não tem.

Para António Costa, este é, até ao momento, o melhor presidente que poderia ambicionar. Quando a oposição marca posição, Marcelo vem a público fazer de escudo protector, quando os governantes cometem erros e gaffes, Marcelo responde à comunicação social e conforta o Governo, quando os números aparecem, Marcelo apressa-se a gabá-los e a justificar o que não está bem!

A presidência de Marcelo está a ser aquilo que se previa! O melhor amigo de António Costa, o pior Presidente da República para o partido que o ajudou a eleger.

A entrevista de ontem mostrou um Marcelo que nunca deixou de ser comentador mas com vontade de tocar todos os instrumentos da orquestra e ainda fazer de maestro de si próprio. Em Portugal o Presidente não governa mas Marcelo arrisca ficar aprisionado pelo cálculo político de António Costa que deixa o Presidente pensar que tem poderes que não tem, mostrar-se quando não deve e, mais tarde (e nessa parte Marcelo ainda não percebeu), sofrer as consequências do que não correr bem!

Marcelo quis ser ele próprio e fez bem! Mas não pode ser o comentador de tudo e presidente do nada nem o porta voz das políticas do Governo! Poder até pode, mas isso vai-lhe sair muito caro, enquanto o Governo agradece aos céus a convivência com alguém que dá uma face para qualquer graça sem perceber que irá ter de dar a outra para a desgraça!

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