quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Por um campeonato de comentadores políticos

Estamos perante um pico de comentários políticos motivado pela guerra acesa entre apoiantes do governo / apoiantes do ex-governo. A quantidade de artigos, muitos de qualidade duvidosa, e informação desfasada da realidade demonstra que a inflamação dos agentes políticos (não necessariamente partidários) está ao rubro com acusações, trocas de motivações, agitação de galhardetes e demonstração de pins na lapela que suscitem alguma nomeação no curto prazo.

Cada vez mais importa separar o trigo do joio, ou seja, separar os comentários isentos, construtivos e justos, dos apoiantes políticos disfarçados de comentadores credenciados e sabedores de todo e qualquer ofício.
Deveria haver até campeonatos distintos para os comentadores. Numa primeira divisão teríamos apenas meia dúzia de comentadores com os quais se aprende alguma coisa e que demonstram isenção da sua análise (o que não quer dizer que tenham de ser politicamente isentos). Numa segunda divisão estariam aqueles que pretendem ser isentos mas têm pouco conhecimento técnico, o que os leva a cometer ocasionalmente gaffes ou erros de palmatória.
Numa terceira divisão entrariam as claques partidárias. Toda a opinião partidária em forma de comentário seria aqui segmentada. Os adeptos da contra política não deveriam sequer ter espaço nos comentários políticos. Para estes artistas do disparate deveriam ser criados espaços de opinião partidária ou mesmo de novela política mas não de comentários políticos.

A existência de muitas classes de comentadores misturadas, leva a que o cidadão mais atento à causa pública (mas não o suficiente para separar comentadores e artistas de circo) seja frequentemente confundido com dados e estatísticas, métricas e percentagens, decisões e vontades que se vêm a revelar falaciosas mas que contribuem para o ruído que impossibilita a discussão dos argumentos e a saudável troca de posições construtivas.

O comentário político tem real importância por ser uma forma das "elites políticas" esgrimirem opiniões, posições e desejos, dando-os a conhecer à opinião pública interessada. Mas quando sofre mutações para fóruns de guerrilha partidária, mecanismos de desinformação, criação de ruído e insultos gratuitos, não serve para rigorosamente nada e deveria ser remetido ao seu devido lugar: ao LIXO!
Mas enquanto não existem campeonatos de comentadores, por vezes a opção mais eficiente é fechar a televisão, não comprar jornal, não ligar qualquer rede social e ignorar a rádio. A não informação pode ser melhor que a má informação!


PS: o presente autor não pretende entrar em qualquer desses campeonatos, remetendo-se ao amadorismo do comentário político, ou seja, aos campeonatos distritais!