terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Assim se faz a integração europeia.

Devagarinho, completa-se a Zona Euro. Eis uma outra boa notícia, o Concelho Europeu aprovou uma proposta elaborada pela Comissão, em colaboração com o Parlamento Europeu para uma maior harmonização e integração da estrutura de garantias aos depósitos bancários! Assim se faz a integração europeia.

Já agora, esta notícia oferece um bom exemplo da importância do que se faz e discute no Parlamento Europeu. Espero que a campanha para as europeias sirva para discutir e avançar a qualidade do processo político de integração europeia.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Um Link interessante.

Quero deixar aqui um link para um estudo do impacto dos programas de ajustamento da Troika na Grécia, Irelanda, Portugal e Chipre. O estudo foi elaborado pela Bruegel, um dos principais think-tanks de economia europeus, e oferece uma análise de grande qualidade técnica e bastante pragmática. 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Sexy Autárquicas e Sexy Europeias? Ao mesmo tempo???


A escolha de João Ferreira como cabeça de lista do PCP às próximas eleições europeias é ao mesmo tempo absurda e normal.

É absurda porque João Ferreira foi candidato a Presidente da Câmara Municipal de Lisboa nas últimas eleições, tendo sido eleito vereador do Município. Com a sua provável eleição para o Parlamento Europeu terá de abdicar do seu mandato em Lisboa ou na Europa (embora a hipótese mais provável seja a primeira). Mas João Ferreira já era também deputado europeu, tendo sido eleito com Ilda Figueiredo. O seu mandato só foi interrompido com a candidatura à CM Lisboa.
É ainda absurda porque o PCP tem criticado a postura de militantes de outros partidos que são escolhidos para candidatos a repetidos cargos, por diversas ocasiões.

Mas esta estratégia política é infelizmente normal na sociedade portuguesa. Há candidatos que adbicam dos seus mandatos durante o decurso dos mesmos ou até na própria noite das eleições. Se essa decisão fosse tomada pelos próprios antes das eleições, não haveria nenhum problema, até porque a lei permite esse tipo de comportamento errático. Mas como o eleitor desconhece esses factos, acaba por ser enganado pelo partido e candidato que apoiou. Há nesta postura um grau de informação adversa que distorce as decisões dos eleitores.
João Ferreira capitalizou alguns votos por ser o candidato “sexy autárquicas”, tendo conseguido um bom resultado para o seu partido em Lisboa. A decisão do PCP de nomeá-lo cabeça de lista nas europeias não é indiferente a esse facto. Não está em causa a capacidade técnica ou mesmo política de João Ferreira mas a sua escolha para concorrer a novas eleições quando as últimas (onde foi eleito) decorreram há menos de 6 meses, parece-me uma afronta para os eleitores que o apoiaram.

Terá o PCP escassez de quadros qualificados? Apenas consegue seleccionar um candidato dentro dos seus inúmeros militantes e simpatizantes?

Quando se acusa outros partidos de má postura politica deve-se, em primeiro lugar, analisar as decisões internas. Não é de bom tom apontar o dedo a outrem quando dentro de portas se passa o mesmo…ou ainda pior!

Os eleitores do PCP são fiéis e não será este facto que os demoverá de dar o voto ao seu partido. Mas o número de votos não apagará a atitude politicamente incorrecta  do PCP!



Artigo publicado na edição de 17-02-2014 do Parlamento Global



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A Demagogia de Seguro!


 António José Seguro é um líder cada vez mais demagógico. A sua crescente mediatização, aparentemente apoiada pela generalidade da comunicação social, baseia-se em contra medidas e contra propostas que são pouco credíveis. As lutas internas do PS, muitas delas na sombra, e a aproximação de duas datas importantes para as suas aspirações (resultado das eleições europeias e o final do período de assistência internacional) implicaram uma alteração da postura política do principal líder da oposição.

António José Seguro está a fazer uma aproximação crescente e perigosa ao populismo. Em vez de apresentar propostas concretas para melhorar o bem-estar social dos portugueses, limita-se a contrariar as medidas do Governo, num facilitismo de acção politica que afecta a sua própria credibilidade como Estadista. Foi assim com os feriados, tendo o PS garantido que os repunha como estavam e com o fecho dos tribunais em que o líder da oposição se limitou a apresentar proposta contrária à decisão do Governo.

Diz-se muitas vezes que o país não anda para a frente ou, nos meios mais rurais, “que não sai da cepa torta”. Com este tipo de postura partidária, de uma demagogia atroz sem conteúdo ou argumentação, é normal que continuemos no limbo por mais uns anos. Não é crime repor uma medida errada mas o discurso de Seguro faz lembrar uma espécie de regresso ao passado num conservadorismo difícil de identificar com o Partido Socialista. Para além disso, se um Governo faz algo e o seguinte desfaz, não há orçamento do Estado que aguente tanta mudança.

Seguro está desesperado e inseguro! O PS não consegue criar uma onda de mudança na sociedade porque o Governo, ao que tudo indica, não necessitará de novo programa estrutural de assistência, porque as eleições europeias parecem menos favoráveis do que inicialmente seria de prever ao PS e, sobretudo, porque os candidatos a líder do PS estão em movimentações, prontos para aparecer em caso de qualquer falha de Seguro, o que provocará certamente algum nervosismo ao actual líder!

Das duas uma: ou Seguro está ciente que não chegará a Primeiro-ministro e opta agora por fazer o trabalho de campo de animal político populista para lançar um efectivo líder no PS com postura de Estado; ou então, Seguro caiu em desespero e, sem argumentos construtivos, decidiu radicalizar a sua acção, numa aproximação à esquerda mais radical que pode provocar uma eventual coligação pós eleitoral mas que lhe roubará muitos votos do centro!

As opções políticas pagam-se caro ou dão muitos dividendos. Independentemente da relação custo/benefício para Seguro, o país necessita, a bem da construção democrática, de um líder da oposição com argumentos sólidos. A actual postura de líder populista, frágil e cansado de manter as suas tropas mobilizadas com constantes ameaças de golpes de estado partidários, não serve os interesses da oposição nem é útil ao futuro do país!


Artigo publicado no site Parlamento Global, edição de 12-02-2014