terça-feira, 30 de abril de 2013

As cartas da politica que a história esquecerá

Partilho o link para um artigo meu publicado em 18/04/2013 no espaço opinião do Parlamento Global

As cartas da politica que a história esquecerá



Sugestão de Leitura

"Finally, after 15 years of economic growth that followed its accession to the EU, Portugal's economy stagnated around 2000. Shockingly, in 2012, Portugal's output was lower than in 2001. The headline government budget deficit never fell below 2.9% of GDP and the primary balance was constantly in deficit, even after controlling for the effects of the business cycle and one-off and temporary adjustments (Marinheiro 2006, updated 2011). The parade of deficits led public debt to accumulate from 51.2% of output in 2001 to 92.4% in 2010. The private sector responded to the stagnant economic outlook by reducing its saving rate and heavily borrowing from abroad to finance current consumption, while investment fell as a percentage of national demand. In short, the behaviour of both the public and the private sector was unsustainable in the medium run. However, accession to the euro allowed both the public and the private sector to postpone the day of reckoning by taking advantage of the historically low interest rates. For example, while government debt as a share of GDP rose by 41 percentage points, interest paid on the debt barely budged; it was 2.9% of GDP in 2000 and 3% of GDP in 2010. Thus, the euro allowed Portugal’s political-economic equilibrium to be sustained in the medium run by the large capital inflows from the rest of the world, even if a correction was eventually unavoidable."

Isto vêm do seguinte artigo de Villaverde, Garicano e Santos, três reputados economistas espanhois, cuja leitura eu recomendo.

É possível que a convergência nominal conseguida graças ao euro tenha reduzido os incentivos à realização de reformas económicas importantes. Serve, portanto, pensar sobre como melhorar as instituições da UE e da zona euro, para corrigir este mau equilíbrio politico-económico, sem esperar pela próxima crise...

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Tem Grandes Vantagens (o TGV)









Sempre achei um grande disparate argumentar contra o TGV Lisboa - Madrid dizendo que uma melhor ligação entre estas duas cidades iria contribuír para a deslocalização da actividade económica para longe de Lisboa. Onde é que se viu melhores ligações de transporte servirem de desincentivos ao investimento?


Tal argumento parece-me paroquiano, contra-intuitivo e também contrário a muita teoria económica que dá pelo nome de nova geografia económica, que valeu o prémio Nobel a um tal Krugman.  Fico contento de ver este novo artigo publicado no QJE, talvez a publicação científica com maior prestígio em economia, que demonstra que a melhoria da acessibilidade entre a "fábrica" e a sede aumenta o investimento na primeira.

Assim, considere-se por exemplo uma empresa Espanhola com sede em Madrid mas fábrica na região da grande Lisboa. Os resultados do estudo referido, sugerem que o TGV aumentaria o investimento na região de Lisboa. E bem precisámos de mais investimento!

Felizmente, parece que pela enésima vez um governo conclui que o TGV afinal até é uma boa ideia. Vamos lá ver se desta vez é que é...

domingo, 7 de abril de 2013

Despesa Pública menor para um Futuro melhor


Para conhecimento dos leitores e/ou para eventual discussão, divulga-se um manifesto subscrito por um grupo alargado de personalidade que tem como objectivo alertar para a necessidade de diminuir a despesa pública para enfrentar a crise e resolver os problemas estruturais do país!


Despesa Pública menor para um Futuro melhor





quinta-feira, 4 de abril de 2013

Neuroeconomia #5

Qual é a melhor forma de levar uma pessoa a cobiçar algo? Definitivamente, tornar o objecto de cobiça difícil de obter.
Diariamente somos conduzidos pelas armadilhas da nossa mente. Pensamos que estamos a ser racionais, a agir prudentemente, quando na verdade nos atraiçoamos constantemente pelo instinto irracional de que somos prisioneiros. A valorização que atribuímos aos bens e serviços que consumimos está positivamente correlacionada com o preço pelo qual os adquirimos.
Ora vejamos, se um determinado bem de consumo estiver disponível por um preço inferior face à categoria em que está inserido, deduzimos que o bem tem menor qualidade que outro que está disponível por um preço superior. As nossas preferências são induzidas pelas referências que temos em relação ao bem que queremos adquirir.
Quando um novo produto é lançado no mercado é automaticamente associado a uma determinada categoria que lhe serve de âncora. Se esse bem for introduzido com um preço superior à referência, os bens da mesma categoria tornam-se mais apelativos, pois provocam no consumidor a sensação de que estão mais acessíveis. Suponha-se, por exemplo, os produtos lançados pela Apple. Sempre que uma gama superior é lançada no mercado, a procura da gama inferior aumenta, pois o consumidor pode agora obter um bem que é relativamente mais barato que a referência mais cara da mesma categoria de produtos.
Os nossos impulsos de consumo são altamente manipuláveis através de pesquisas de mercado e subsequentes estratégias de marketing que invadem ferozmente os canais de distribuição a que temos acesso. É certo que hoje em dia temos muita informação disponível e podemos proteger-nos de engodos e propaganda supérflua, porém, ainda assim, a velocidade a que tudo acontece e a facilidade com que podemos efectuar compras sem sair de nossas casas torna-nos mais vulneráveis às armadilhas da mente, que se encanta por tudo o que é difícil de obter mas está disponível e à distância de um simples click.